sábado, 20 de dezembro de 2014

EDUARDO CARVALHO ME SURPREENDE, MAIS UMA VEZ, E MULTIPLICA EMOÇÕES EM MM.




NÃO SEI, NA VERDADE NÃO SEI DIZER O QUE É MAIS BONITO: VER A EMOÇÃO DO OUTRO EM RELAÇÃO À NOSSA EMOÇÃO; RECEBER TANTOS PRESENTES E SABER O QUANTO UM JOVEM ADVOGADO, ESCRITOR E IMORTAL DA ACADEMIA DE LETRAS DE CANGUARETAMA/RN E SENHOR DE ENGENHO, É CAPAZ DE TAMANHA TERNURA. 
EDUARDO HENRIQUE GOMES DE CARVALHO VEIO AO PRÉDIO ONDE MORO, ENTREGOU-ME PRESENTES E DEIXOU O BILHETE ABAIXO, QUE É A MAIS RICA POESIA.

"LÚCIA HELENA,

O cheiro das mangas me fez lembrar a dileta amiga,  que volta a ser a menina do Oiteiro. a sorver um dos aromas de sua infância.
A saudade é assim. Busca penetrar em nosso âmago, através de sensações que nos remetem aos nossos primórdios amados.
Não bastasse o aroma dos frutos, um sabiá alvissareiro
 apresentava, no alto da mangueira, uma sinfonia ímpar, como se entoasse que o nosso "mundo encantado" permanece vivo, cá dentro de nós, no sabor das coisas simples e das amizades verdadeiras.

Um forte abraço.

EDUARDO CARVALHO

PS: Espero que goste das mangas, foram colhidas hoje cedo, 
bem como as palmas de bananas. O mel de engenho é novinho, dessa moagem. ah! aproveitei e lhe trouxe um cozinhado de 
feijão verde" (o feijão nas vagens). EC

E o que eu poderia dizer? Menina de interior, vendo sempre fartura, o ir e vir das comadres e parentes nessa troca de presentes, senti-me realmente de volta a Ceará-Mirim - o lugar mais lindo do mundo!

Como sou poderosa!!! Tenho direito até de voltar no tempo e ser menina de novo. Entrar no vale, ver a minha rua se iluminar, o trem apitar, os pássaros voando felizes, os rios serenos, o vento manso, o apito dos engenhos na saudação matinal.

Almoçei o cozinhado de feijão verde que não debulhei todo, dará para mais duas vezes, coloquei as vagens na geladeira.
Eduardo e eu temos essa comunicação desde que nos conhecemos. É a festa ideal ao nosso espírito, que nunca se acaba, que não conhece limitações e só aumenta para que estejamos vez ou outra comemorando esse festin da alma.



Eu e Eduardo confessando nossa afeição pelos engenhos. Ao saber, que eu era uma menina do vale, ficou encantado  e bem me lembro do que ele falou, da noite de 31-12 para 01-01: "então nos tornamos inseparáveis, vou lhe levar ao meu 
engenho" (E fui a esse lugar paraíso)



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RESPOSTA DE EDUARDO CARVALHO:


"Bom dia querida amiga,


Que bom que você gostou dos simbólicos representantes do "paladar" e "aroma" que retratam nossa terra e nossa infância querida, tão comum entre nós...Lembrei do debulhar dos cozinhados de feijão verde nas varandas da casa-grande, geralmente à noitinha, onde nós, ainda crianças, nos misturávamos com os empregados naquele momento ímpar de interação, onde ouvíamos estórias e causos que nos transportavam para um mundo  surreal. Acredito que nossa capacidade de apreciar a beleza da poesia e das coisas do espírito têm forte relação com esses primórdios recitais rurais.
Fiquei emocionado com seu texto, pois além de  transbordar poesia, retrata uma amizade construída sobre alicerces sólidos e lícitos, tão diferente do que se vê na atualidade, onde os interesses banais e até mesmo escusos predominam, banalizando as relações.
Contudo, de minha parte não vejo nem sinto necessidade dos "títulos" que você tão carinhosamente insiste em me conceder, pois quando lhe escrevo não me sinto o "advogado", o "senhor de engenho" ou ainda o "imortal de uma Academia de Letras". Quando lhe envio algumas palavras, estou deixando fluir uma força maior e superior a tudo isso existente dentro de mim e oriunda do torrão amado que me gerou, me deu vida e me fez forte. E tambem tenho certeza que assim se dá com você...Canguaretama e Ceará-Mirim...Pituaçú e Oiteiro/Solar Antunes...É isso que nos dá tanta sintonia, pois nossa força vem da "Terra" amada, como foi tão bem retratado no épico "E o vento levou" - "Tara, a força vem da terra, é de lá que retiramos nossa força!".
Um forte abraço.
Eduardo Carvalho.

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Deus me deu tantas coisas, tirou-me outras, certamente me fariam mal.
Deu-me você, com sua poesia luminosa!
Quando leio os seus textos, aquele imenso mundo imerso em poeira e escombros, se transforma num tempo feliz e risonho, que ainda alcançei e trago n´alma, como um brasão de honra!
Grata, grata querido amigo, você é um dos escritores contemporâneos que conseguem dar vida, movimento, luz, magia e voz ao passado. É a canção do exílio involuntário que cavamos, para não nos perdermos desses caminhos.

Te amo.


Lúcia Helena

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